Você já deve ter lido aqui que Atopia é uma doença alérgica incurável, de caráter genético e hereditário e também de difícil controle. E agora você vai descobrir que, como se não bastasse isso tudo, ainda é difícil de ser identificada (ou, como os médicos dizem: diagnosticada).
Sabe por que é difícil? Compare com outras patologias: o diagnóstico de muitas delas é feito considerando-se o conjunto de informações formado pela:
- identificação e histórico do paciente (idade, raça, onde mora, com quem mora, doenças e tratamentos anteriores e outros dados fornecidos pelo proprietário);
- pelo exame físico do paciente; e
- por exames complementares (ex.: RX e ultrassonografia, entre muitos outros).
Assim, alguns diagnósticos são bem simples de serem feitos, dependendo apenas de um ou outro componente, enquanto outros requerem um esforço um pouco maior. No caso da Atopia, não há ainda exame específico para determinar se o animal é ou não atópico! E nesses casos, utiliza-se o método do “Diagnóstico por Exclusão”, que como o nome sugere, consiste em provar a existência de uma condição depois de excluir todas as outras patologias possíveis.
O diagnóstico dessa alergia é feito em algumas semanas, como num jogo de estratégia, em que médico veterinário e proprietário agem como detetives, juntando as pistas da pele com sua resposta aos tratamentos feitos.
Você queria uma resposta simples? Nós, médicos veterinários, também! Mas, o diagnóstico da Atopia depende da boa identificação e histórico, de um exame físico detalhado, de muitos exames complementares, nem sempre de baixo custo, e, principalmente, de disciplina ao seguir os prazos de retorno e as orientações, além de muita confiança e cooperação entre o médico veterinário e você, responsável pelo animal.