terça-feira, 3 de agosto de 2010

Criocirurgia

- O que é:

Consiste na utilização de um composto químico (geralmente nitrogênio) a reduzidas temperaturas (até 185ºC), causando morte celular por congelamento.

- Quando é indicada para cães e gatos:
Nas lesões em locais como gengiva, ponta de nariz, perto dos olhos, orelhas e outras áreas de difícil acesso com a técnica cirúrgica convencional.
Nas neoplasias, principalmente: melanoma, carcinoma, fibrossarcoma, papiloma, tumores de células basais, histiocitomas, tricoepiteliomas, adenomas, adenocarcinomas, entre outras.

- Como é o pós-operatório da Criocirurgia:
É necessária limpeza diária da lesão cirúrgica até que o veterinário dê alta ao paciente, o que pode levar de 3 a 6 semanas, dependendo da extensão e profundidade das lesões tratadas. Por isso, o animal deve ser colaborativo e dócil, sob pena de infecção, miíase (bicheira) e agravamento do quadro.

- Como é feita a Criocirurgia:
Essa técnica cirúrgica é bastante rápida (dura minutos), relativamente dolorosa e, dependendo do local, deve ser realizada com anestesia local acompanhada ou não de sedação ou anestesia geral para que o animal não se mexa e não sinta o procedimento.

- Desvantagens:
Não é uma técnica milagrosa! Se a cirurgia convencional não resolveria, provavelmente não há indicação para a criocirurgia nesse caso também.
Há lesões irressecáveis, ou seja, cuja retirada é incompatível com a vida do animal. E há casos em que o paciente não tolera o procedimento anestésico ou a exigência cicatricial e inflamatória do pós-operatório e, nesses casos, a criocirurgia não é indicada.

- Vantagens da Criocirurgia:
É um procedimento pouco invasivo e pouco demorado.
O processo inflamatório gerado após o congelamento das células é capaz de induzir grande produção de anticorpos contra as células afetadas (resposta imune específica), ajudando a prevenir as metástases, nos casos de tumores malignos.
Muito útil nas neoplasias e lesões de pele de difícil ressecção pelas técnicas cirúrgicas convencionais.

Câncer de pele em Cães e Gatos

Sim, é verdade: os cães e gatos podem desenvolver câncer de pele por causa do excesso de sol!

Se o seu cão ou gato é branquinho, você precisa estar preparado para identificar as lesões iniciais do Carcinoma, sabendo como ocorre e por que, para poder proteger melhor e tentar prevenir que isso aconteça ao seu animal de estimação.

O câncer de pele dos cães e gatos é uma neoplasia muito invasiva localmente e por isso mesmo muito difícil de tratar. Por isso, informação e diagnóstico precoce fazem a diferença. Então continue lendo e aprenda mais sobre o assunto!

- Como são as lesões:
Carcinoma nasal em um gato.
Na maioria dos casos, as lesões iniciais de câncer de pele são brandas, apenas uma dermatite solar, com vermelhidão, descamação e crostas na superfície. Com o tempo, evoluem para lesões profundas, crostosas, ulceradas, frequentemente doloridas e sangrantes.

- Locais mais afetados do corpo:
Gatos: ponta das orelhas, nariz e face.
Cães: nariz e ventre.


- Porque os animais brancos são mais acometidos:
A melanina presente na pele dos animais de cor escura confere proteção à radiação ultravioleta emitida pelo sol. Pode-se dizer que quanto mais escura determinada região do corpo do animal, menores serão as suas chances de desenvolver um carcinoma nesse local.

- Como o câncer aparece:
As células do corpo dos animais estão em constante renovação durante a vida. Os raios ultravioleta do sol são capazes de alterar o DNA das células que estiverem em processo de multiplicação (mitose).
Sempre que há exposição prolongada ao sol no horário de dez da manhã às quatro da tarde, várias células da pele estão sendo alteradas pela radiação recebida. Por sorte, há mecanismos protetores, que identificam as alterações ou defeitos causados, corrigindo-os ou destruindo as células afetadas.
No entanto, se houver qualquer falha, as células que passaram por mutação continuarão produzindo células alteradas como elas, formando um aglomerado cada vez maior.

- Como prevenir o carcinoma:
Não há protocolo cem por cento eficaz, mas evitar exposição solar nas horas de maior incidência de radiação ultravioleta é o principal.
Boas dicas são o uso de roupinhas, cobrir o telhado do canil, evitar ficar na janela o dia todo, o uso de filtro solar e até tatuar as áreas despigmentadas para conferir maior proteção local.

- Como é o tratamento do câncer de pele:
Já existem várias modalidades terapêuticas para o carcinoma em Medicina Veterinária, incluindo a remoção cirúrgica de toda a lesão, juntamente com grande margem de tecido não afetado ao redor; a quimioterapia, a eletroquimioterapia, a radioterapia e a criocirurgia.

Citologia Aspirativa paras as lesões de pele.

A Citologia é muito útil em Dermatologia Veterinária, contribuindo para o diagnóstico de muitas doenças, principalmente as neoplasias ou tumores de pele.

É um procedimento praticamente indolor que consiste na observação das células retiradas por punção da lesão com uma agulha fina.

Não é necessário jejum, anestesia nem outro preparo especial para a sua realização, mas dependendo da localização da lesão (perto do olho, entre os dedos ou áreas de difícil acesso ou inflamadas), o animal poderá precisar de sedação leve para que permita a espetadinha sem se mexer.

O material recolhido durante a punção com a agulha é colocado numa lâmina própria e enviado ao médico veterinário especialista para que ele possa avaliar a presença de microrganismos potencialmente perigosos na amostra, além de identificar, nos casos de neoplasias, a origem das células presentes (se são de pele, de tecido muscular, glandular etc) e também o grau de diferenciação dessas células, ou seja, o quanto elas se parecem com as células originais.

A Citologia Aspirativa está indicada principalmente para as lesões nodulares que persistirem por mais de três meses na pele ou subcutâneo do cão ou gato e deve ser realizada por profissional habilitado.

A verruga é uma bruxa má!

Sabe aquela “verruguinha inocente” que o seu cão ou gato passa a ter depois de uma certa idade? A gente se acostuma com elas e vai se apegando. Tem gente que dá até nome...

Mas fique sabendo que elas são bruxas disfarçadas e de inocentes não têm nada! Uma verruga na verdade é um tumor de pele, que pode ser benigno ou maligno, de acordo com a sua capacidade de se espalhar pelo corpo do animal. Quanto mais tempo passarmos dizendo que os tumores cutâneos são verrugas inofensivas, mais estaremos encobrindo um problema que muitas vezes pode vir a causar sofrimento ao animal.

Para melhor entender o risco causado pela "pobrezinha da verruga que já está lá há tanto tempo sem incomodar ninguém", saiba que todo tumor, ou neoplasia, de pele é feito de células “defeituosas” que não param de se multiplicar como as células normais fazem. E com o passar do tempo, maiores as chances de uma ou mais dessas células defeituosas se soltar e resolver "passear" pelo corpo, fixando-se em outros locais que não a pele e causando as chamadas metástases, que tornam o tratamento muito mais complicado e às vezes até impossível.

Se você ainda não ficou assustado, meu objetivo ainda não foi cumprido e sugiro sinceramente que você continue lendo a respeito, até ficar ao menos preocupado o suficiente para procurar por esses nódulos de vez em quando em seu animal. Vale aproveitar o cafuné de todo dia, aquele carinho na barriga enquanto a gente assiste TV, ou aproveitar o momento do banho ou escovação para prestar atenção nessas alterações, que às vezes são bem pequenas, mas nem por isso menos perigosas. Cada centímetro de tumor possui em seu interior milhares de células!

Fique sempre atento e ao notar qualquer aumento de volume na pele do seu cão ou gato, que persista por mais de três meses, não deixe de avisar a um médico veterinário para que ele oriente a melhor estratégia de tratamento de acordo com o caso.


Se você se interessou por este assunto, leia também sobre criocirurgia e citologia aspirativa.

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